sexta-feira, 1 de junho de 2012

Entristece-me pensar que deixou-me ir, assim, ao leu, feito desprezo, poeira...
Ainda, meio torto, recordo das minuncias que apartaram nossos corações, nossos caminhos.
Os trajetos não mais compartilhados, os sorrisos não mais feitos de alegria espontânea.
Nada mais brota no campo imaculado.Sobra-me sobras inúteis, partículas que tendem a ser e não é.
Atualmente, cada passo que dou, emerge dele flores majestosas, mas tudo é uma camuflagem...essas flores são tristes, choram e calam ao ver-te seguindo brilhantosamente outro caminho.
Seria tudo tão duradouro e feliz que pairou em meus desejos.Será que tudo não passou apenas de uma fantasia notoriamente falha?
As madrugadas não serão as mesmas quando eram compartilhadas contigo.
Lembra das estrelas em forma de carinho?Hoje elas transformaram-se n'algo desfigurado, sem sentido.
Talvez porque, todo o sentido que pude achar pra felicidade eu estipulei-a em ti.
Você era minha felicidade...
E hoje, o que sobra, é somente um abismo de murmúrios, baixos e insignificantes... o que sobra é apenas um vazio esmagador, desconfortante, estonteante.
Eu preciso porque preciso, pois, senão, nada em que outrora construído e labutado perderá o sentido de existência do mesmo.
Eu preciso porque preciso, conciso e bruto, nada a menos, tudo às bordas, que sobre, mas que sobre sussurrros bons, cafunés, abraços, você...
Eu preciso porque preciso de nós dois até o fim, factuando, iminente e firme.
Eu preciso porque preciso...


Diário de um poeta vencido - R.

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