sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cansei!Cansei do frio e das cobertas felpudas, das meias furadas e do abafado de meu cemitério.
Cansei de mim e de minhas mortíferas línguas.
Cansei da valsa das borboletas, todas coreografadas, todas copiadas.
Sem brilho, sem cor, sem perfume.
Admito, como iria imaginar que em um jardim de beleza monótona te encontraria?
A única que escorregava dentre o vento, dentre a bruma ofuscante.Tinha brilho e exalava jasmim.
Apreciava sua liberdade de perto, contagiando-me com sua flexibilidade em desdenhar a própria vida.
Porque não desenha em meu corpo seu sorriso?Porque não me contagia com seu gingado enlouquecedor?
Brota-te em mim, faz fulgurar em meu coração todos os lapsos belos de existir.
Trás, intrísseca a ti, a minha felicidade, pois quero deixar a exaustão de minhas ilusões descansarem no sótão da descrença.
Vem, vem fazer vida onde o seco toma conta, vem hidratar esta boca que, a ti, queres pertencer.
Trás agasalho ao meu corpo, mrmúrios aos meus ouvidos.
Trás você a mim.
Vamos festejar...
E te prometo, não haverá nada mais belo que duas borboletas brincando sozinhas no jardim de iguarias mesquinhas.
Únicos e sós, eu e você.
R.