terça-feira, 24 de abril de 2012

O vazio chora o paradoxo da vida
Imaginar que tal poder
Foi capaz de sentir e crer
Faz-me nausear à culpa ferida.

Ela anda aleatoriamente
perambula nas distrações
intimida os grandalhões
e cala o crente

Por onde passa o estrago emerge
Fruta podre ascende
O bom santo padece

A chaga do colarinho branco sorri contente
A puta agoniza o filho imaculado
Nessa vida, prefiro ser morto à acabado.


R.
Sei que posso parecer fraco afirmando que necessito do teu cheiro, da tua risada ou de sua ousadia perante a mim diariamente.Por mim, mais vale ser fraco que infeliz.Sabe, por mais que certas coisas não deveriam ser ditas para que não implicasse no "doar demais e receber de menos" eu necessito que saibas que sem você, o dia é comum.Não, não digo que sem ti eu não vivo, amores vão e vem, apenas mudamos os atores desse papel.Mas preciso de ti a cada instante se eu quiser tirar uma lasca de sorriso da boca.Deve ter sido erro meu estipular minha felicidade no papel que é alguém me completar.Eu deveria colocar a felicidade em tragos de cigarro, porres de whisky, gomas de mascar ou alguma outra coisa inutilmente corrosiva, só pra dar ânimo.
E ainda sim, suspirando possibilidades desagradáveis teimo em dizer o quanto és essencial, tão somente a mim.



Diário de um poeta vencido. - R.