terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sinto, inúmeras vezes, uma sensação depravada de largar tudo, perder o foco , as obrigações, os laços afetivos.Talvez seja algo cá dentro sufocando a minha felicidade.Não sei o que se encontra na mais profunda cova de meu palpitante órgão, só sei que isso me atrasa e me consome.Uma bela droga comerciável, um lança-perfume de esquina, talvez uma tragada passiva de algum vento que me trouxe um ópio corrosivo. Não!A verdade é que não sei o que se aloja em meu peito e também não sei como tirá-lo daqui e mesmo que soubesse eu teria uma preguiça imensa só de pensar no trabalho.E assim fico, com um buraco entupido de lágrimas inúteis, desejos moribundos e uma merda de ferida que teima em latejar.É triste, é realmente muito triste.


R.

ta podre mas.... foda-se :D

O desejo falho sucumbi
E junto o meu penar
Tantas eras pernoitei no cume
Daquilo que não quis se realizar

Sublime é não esquecer
De tudo o que foi em vão
Mesmo caído em prantos e solidão
Fui firme em me vencer

Afasta esta fera que assola
esta que tanto lhe consola
Na ilusão de rever
O que se foi de querer

Nada é mais regrado
Tudo por desmerecer
cansado e fadigado
E mesmo assim...
Eu ei de crescer


R.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

-Sim, eu sei, pode ter certeza, o tempo desejado não volta.
Isso me pertuba as vezes.Fico aqui em meu santuário de mundos imaginando o outro caminho para o rumo já trilhado.Questiono-me com um " e se?" para tentar visualizar a imagem daquele tempo em outra partida.A minha filosofia pode parecer confusa, mas isso não é totalmente verdade.Quem vive em meio a esperanças, dúvidas, recentimentos e um inconstante fluxo emocional sabe do que estou falando.Estou falando daquela noite em que cada um passa pendurado na TV sem se importar com as imagens que são omitidas.Daquele banho em que você senta no piso gelado deixando a água bater em suas costas.Daquela olhada na rua, de uma esquina outra e não vê absurdamente nada.Estou falando daquele momento em que o vazio é um amigo hipócrita, que o caminho trilhado já não faz tanta diferença e que não vê sentido em semear sentimentos em corpos desarrumados, inanimados e sem graça, mesmo que seja só pra ter um gostinho de alegria ou decepção.É o tempo em que não estipulamos valores aos grandes feitos e a luz ligada sente preguiça em se apagar.É o estágio da vida em que questionamos a existência dos fatos, de implorar aos medíocres heróis que façam jus ao título posto, só para nos dar aquele animo de seguir e olhar brilhantosamente à uma figura enlatada.É...esse é o tempo do silêncio, da comodidade, da não aceitação, da solidão e de várias horas passadas na janela olhando para as nuvens e dialogando com elas em uma só frase:-Sim, eu sei, o tempo desejado não volta.

R.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A ausência sufoca, revela, releva, pondera. O silêncio lhe consome, a
misantropia vem à tona. O medo lhe esfacela, lhe machuca. Não há nada
que possa fazer e quem acha que se ocupar em seus desejos mórbidos ou
qualquer coisa inutilmente passageira é a saída, não se dá conta que
estará sucumbindo para a própria "destruição". Toda a vaga tentativa de
fugir da realidade é uma ferida que se cria e toda ferida gerará
cicatrizes, marcas. No final, de tanto tentar, tornar-se-á uma forma
ambulante de cortes, crateras, sangramentos.... é pesado mas é real. O
que não queremos acreditar é que tudo fica, que acumulamos sempre e
sempre, numa tentativa inconscientemente egocêntrica de ter tudo e não
ter nada.Você não tem nada além de você e você também não é nada. Fugir
não é solução, encarar é fato, bater-se na parede é indispensável, cair
em prantos faz parte e vencer-se.... é sublime.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Pensando esses dias tirei uma conclusão diferente do “adquirir” sentimentos ou personalidades.Acho que nascemos com todas as variáveis e possiblidades de sentimentos e personalidades existentes.
Acho que sei o que difere “eu e você”…é o meio que desperta, o outrem que desperta.Há algo em nós que desperta sempre quando de encontro a algo exterior.

Você já “nasce” com um senso amigo e aquela pessoa só faz despertar algo em você pra que “ative” essa amizade.Você tem uma paixão enorme guardada no peito e só alguém pode despertar ela do sono.Não sei se essa teoria faz base em algum dógma, me parece um pouco parecido…talvez.

Então, não obtemos raiva, amor, ou ódio…isso nós já temos, basta uma circunstância pra que ative tal sentimento, é o que acho….

R.

Pobre coitado que em pranto se encontra
Não sabes a essência do viver
Perde-se sempre em sua vã distância
Da realidade e do que é mover

Se se ainda encontras caído
Ignorante perpetua a convencer
Que uma fera se ensconde em teu leito sofrido
Lutando contra sua vontade de vencer

Levanta-te criança, sejas torto uma vez!
Saia da mesmisse de seus amigos poetas
O quão sofrido fizeram-se profetas
de uma ilusão que nunca se fez!

Põe-se de pé meu amigo, faz esse favor
Por todos que desejam sua vida
Apresente-se firme nessa luta por amor

Maltrata essa fera tão querida
Que de arrodeios tento te convencer
Onde não há nada mais belo na vida…
O eterno sentimento de sobreviver.

De seu amigo…..

R.

Sinto a necessidade de escrever o mar, lembrar de seu som, de sua graciosidade, da vida que carrega.Sinto a necessidade de viver o mar, transportar espuma à areia,como se alguém, alguém querido, estivesse chegando de uma viajem e outrem, como platéia,ansiar a espera; ser agitado e, as vezes, calminho, feito uma incógnita que todos vivem.Sinto a necessidade, aqui dentro, de me tornar onda, ser forte, rasgante e passageiro.

Tenho necessidade de me transformar sempre e sempre que necessário tento imaginar: como seria se eu fosse o mar?

R.

Caminho lá e cá.Penso lá e cá.Olho lá e cá.E o que sai?Nada.Sei que queres sair, sei que também teimas em ficar.Quero moldá-lo, esculpí-lo, torná-lo afável, quero abraçá-lo, quero transformá-lo em minhas ideias cafonas.Quero pronunciá-lo para mim mesmo, ver o quão forte és.Não teimes em ficar solto, vem de encontro ao meu ser!Nada obsoleto, nada jogado.Quero-te firme, vivo, rasgante, quero aqui e agora mas….teimas, teimas em não trajar, em não tornar-se intríseco aos meus sentimentos, aos meus momentos, ao meus pensamentos….a ponta do grafite rasga o último bloco, como em uma tentativa desesperada de ter êxito.É triste, muito triste….e nessa evasão de palavras desnecessárias não consigo obter um verso sequer para expressar o que realmente sinto por ti!É triste, é realmente triste.

R.

[…]e naquela tarde percebi que uma única pessoa pode te fazer por completo. Deixe de lado aquelas explicações clichês sobre esse momento mágico, viva-o.Perca-se por completo, melhor dizer, esvazie-se e deixe que a mesma ocasião complete-o com todo o furor da alegria, do gozo da presença,enfim, complete-se da outra vida.Assim tornam-se um, uma única felicidade.Ahh!Não perca nenhum detalhe das manifestações, dos lapsos vistosos, daquele sorriso, daquele abraço, daquele olhar.Não perca nenhum flash, não se atenha ao orgulho, não se deixe levar por nada além daquela tarde.Cultive o sentimento, semei o amor, abrace a amizade, não deixe nada esvair, porque meu caro, o tempo é curto e você vai preferir passar com alguém que se sinta…completo.

R.

A maior sabedoria do ser é considerar que seu esforço é desprezível.Nada mais abala um homem cujo esforço foi em vão.Nada mais abala um homem como o êxito de um esforço.

É pelo fracasso de sua labuta, de sua insignificante labuta que suas marcas agónicas surgem… e então cresce.

É de grande sabedoria também saber recomeçar, você só cresce quando sabe que o erro é bom.

Morro inúmeras vezes e uma das minhas sabedorias é não morrer como antes.Parece erróneo mas só vivo pois perco, só vivo pois erro.E assim cresço… e assim aprendo.

E assim… vivo.

R.


Feridas criam monstros… e eu não quero cicatrizar as minhas.Não mais.

R.

E tudo aquilo que tentamos algum dia, n’outro esvairá.E, porque, sabendo disso, continuamos tentando?

A probabilidade afunda o anseio, mas não afunda a crença.A crença é essencial, ela é mais que expectativa, mais que desejos mórbidos.A crença é sublime, concisa; despedaça a privação do êxito, da vitória.

E é por isso que tentamos.Se tentamos, não é por impulso de nenhuma expectativa mas por fé e sentimento de que estaremos fazendo a coisa certa.

Porque, se for tentar, vá até o fim, senão, nem comece.Isso custará muito, custará emoções, custará privações, colegas e afins,mas de pouco importa…vá até o fim.E lhe digo de toda a certeza…é uma das melhores situações da vida, é a manifestação perfeita de felicidade; e o fim, meu amigo, está ancioso a sua espera.

R.

Eis um humilde trabalhador
Com seus instrumentos oxidados
Labuta expectativas.
É árduo, sofrido o que fazia
Cavava, cavava, suava, cavava, cavava e…

(sofria.)

É triste, é árduo, é vivido!
Dias e dias, humildimente trabalhava
De seu suor, conseguia o que a alma consiste
Alimentos e desejos
árduo, árduo e triste.

O trabalhador, cavando, suando e chorando, enfim,
consegue abrir uma ruptura
Depara-se com a ânsia.
Vê, descrê, questiona-se e chora…


Num reflexo desencorajado cessa-se
Estanca tuas lágrimas e aceita o que vê
E o que vê - esse humilde escavador de céus-
é a incógnita da espera
A esperança que caminha ao nada.

R.

Masoquismo, retiro prazer da humilhação.

O desdenho está ao lado, caido, tossindo, erguendo o braço, clamando soluções adversas.

Burro, não sabes que contra o prazer há a ineficácia do auxílio.Não clame!Não clame!

Ergue o braço e com outro pega tua arma e lança, joga, atira contra.Manipule-o, estorca-o, humilhe-o, faz do teu jogo o teu pesadelo.

Mas ainda não venceu, ele ainda vive.Então tome teu instrumento e faz-se de torre.Observe-o e controle-o.

Assim, torno-me um alquimista, essa é a fórmula, essa é a poção.

Essa é a resposta para trilhar a perseverança.

R.

Paradoxo

Inverti o paradoxo do inverso, só que esqueci que o resultado da inversão daria no inverso de algo reverso do paradoxo inverso, pois já que revertido ele insiste em ser o reverso do produto do mesmo.

Essa foi pra Luane =D

R.

Paira em meu pesar a súplica do que estar a vir.Penso… pairas ou estou fincado no éter substancial do comodismo? Ando frequentemente desfocado.Talvez.Não, minto… a verdade é que tenho andado a fugir, de mim e da felicidade.

R.

E por mais que seja duradouro ou tenha num súbito golpe de tesoura o fim, o que vale, na verdade, é a concordância do viver, é o sentido de sobrevivência, é a amargura de amar.

Vivi, pois não existenciei o acaso, eu quis surgir o momento.

Sobrevivi, por mais que a indiferença sufoque, eu sabia como respirar.

Amei, fui tolo o suficiente, para viver e sobreviver pela intensão de ser feliz.

R.

Ilusão tirana, mulheres insaciáveis, sucumbidas por uma psique conturbada.

Desejos indevassáveis, feitos da mais alta mirabolação ascendente.

O ascese desencorajado da rotina.

A sumidade do ser que ilude-se.

Doce criança , brincando de imaginar, bordando um futuro a caminhar…

põe os pés no chão, de nada passa, nem aquilo que luta para não ser em vão..

. para de brincar, só assim, o fio sem fim decairá.

E o fim, que não chega e não deixa a temer, põe-se distante, distante da ilusão E então, colide

e cai

e chora

e ignora

e para, para…

Pensa, releva, pondera e ilude-se E o fim que não chega é uma ilusão, essa ilusão é o gênese da maturação.

R.

E o lindo retrato que guardo em minh’alma é o doce cómodo da luta diária para manter-me firme. Não, não trago alguma paisagem bela, ou pessoas que levantam-me. E o que carrego comigo, é o incrível pesar do viver. A boa e velha incógnita de máscaras.

R.

Nada confuso

Não quero… e não é pelo fato de não querer que não posso ou não devo fazer… eu faço.
E faço… não por não querer, mas por impulso inconsciente.
E consciente, sei do que faço, mas não quero, não quero de forma alguma mas…
faço e inconscientemente amo o que faço.
Não tenho domínio do querer, é sempre assim.
É consciente e inconsciente que faço os desejos de um e as agonias de outro.

É sempre assim…


R.

Queria colocar algo que exprimisse quem sou.
E tudo que sai é uma sensação trêmula e ausente.
Minha estação não muda.E isso… da medo.


R.

E me pergunto: porque esquecer algo que foi bom?

A felicidade deve ser lembrada, não como uma estimativa de que poderá vir a mesma felicidade algum outro dia, mas com intuito de aprender e lutar por uma felicidade que virá.

Momentos vem, momentos vão.Pessoas vem, pessoas vão.Destinos anseiam, destinos caem ao chão.

E não devemos parar por aí, não podemos nos acomodar com expectativas de algo melhor.Devemos é ir atrás, é buscar.Esse mundo está cheio de preguiça e orgulho, não seja mais um.

Momentos vem, momentos eternizam.Pessoas vem, pessoas ficam.Destinos esvaem-se, destinos… fincam.

R.

A minha sobriedade é uma labuta, não nego.A sua sobriedade é corrompida, não negues.

Prevalece, aqui, o meu ego, não nego.Desmerece , aqui, as suas relevâncias, que tampouco me importa, afirmo.

E acaba sempre assim, afinal, o singularismo está em primeiro a todo universo particular, e isso, você não vai negar.

R.

Se tu me perguntas o “porque” do constante fluxo de desvaneios lhe respondo que és fraco.

Sim, fraco.Fraco o suficiente pra perceber e postular valores às ocorrências.Ignore-as, pois você só é atingido pela mesma quando lhe estima o fracasso.

Eu mesmo não sei porque taxam-me de louco.

R.

Para mim...

a felicidade é de fácil acesso.O que impossibilita, em suma, de alcançá-la é o fato de ficarmos sempre pensando no que é que nos faz feliz.Questionamos sempre sobre o que o outro ou o que o mundo pode nos oferecer para que alcancemos a felicidade.Mas, se observarmos direito, acabamos nos desencantando.
É preciso, de certa forma, uma atitude de coragem e ser positivo para com os outros.E, à propósito, não devemos cobrar do mundo ou das pessoas que elas sejam do nosso jeito, ou da forma que nós desejamos, isso nos causará frustração.
É, pensar de uma outra forma traz alívio, e porque, senão…

A felicidade!

R.

Cada vez mais vejo que prendo-me ao mundinho fictício.Perco-me em idealizações improváveis que satisfazem o ego.Que ando arrodeado de hipocrisias.E, no fim, durmo com o intuito de cessar o universo.

Mas sei que n’outro dia, batendo em minha porta, encontra-se o ontem.Sorridente e impaciente, pronto pra mais um deslumbrante dia de acomodações.

R.

Observe

Uma sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema semi-aberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo.É um conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, etc.

Normalmente a sociedade atual não entenderia nada do que escrevi, mas sei de uma forma que conseguiriam digerir.É através do conceituzinho televisivo que consigo “empurrar”.Vamos traçar o conceito.Sociedade é um grupo de pessoas na moda, que não dão a mínima ao próximo; onde se “amam” bastante, que choram no colinho da mamãe por não conseguir tal coisa,que se abala por relacionamentos chulos e assim segue mais um roteiro modal.

Intríseca à vida, a sociedade existe para ti ver no chão, sendo apunhalado , humilhado.E isso é incrível,porque não deixa por sí que o contexto natural o faça?E vem a mim inúmeras vítimas do mesmo queixando-se e caindo em prantos e mostro-lhes sempre um lado de superação:

Faça algo, levante-se, saiba continuar mesmo sendo humilhado.Esvazie-se de coisas tolas que são consideradas “importantes”.Não espere, não se acomode… essas expectativas falhas e enlatadas são, absolutamente, patéticas e fantasiosas, presas a valores ridículos e insanos.Crie uma nova rotina, deixa de ser um robozinho, sempre fazendo “o que deve ser feito” para ser valorizado na sua família ou no seu ciclo social ridículo.

Nunca esqueça-se, temos um coração que tem voz, que podemos abandonar o caminho trilhado a qualquer momento, sem dever nada a ninguém e sem ater ao orgulho.Vamos acordar, bocejar, agradecer pelo dia, criar um novo padrão, seguir uma nova rotina.Vamos esbravejar, gritar e rejeitar.Deixemos de ser hipócritas…

E outra, somos felizes mesmo vivendo aqui… e você vai entender porque.

R.