domingo, 10 de junho de 2012

Era madrugada e eu continuava chutando cacos de vidro espalhados na avenida.Titubeava nas pedras e cascalhos que lá existiam.Sangrei a ponta do dedo.Sorri feito um louco perdido em sua misantropia.

Escalei penhascos ao entardecer.Tossi acúmulos de treva e fogo.Pus-me no alto à planejar coisas sem perspectiva.Engoli lápides sólidas e enraizantes.Contei migalhas por infinitas pluralidades.

Vivia em sonho de major, onde a estrela do peito fixava-se firme e brilhante, cuspindo indiferença e elegância.
Driblava todas as relvas que prendiam-me ao amanhecer, posto atraso e pecado.

Entrincheirei-me em covas de homicidas solitários, esperando uma companhia menos fosca e mais banguela.
Resolvi alegrá-los contando-lhes dos meus dedos ensaguentados.

Julgavam-me louco.Um louco dentre os mortos.




R.

Pois hoje me contradigo.
Tem caminhos que vieram pra marcar, tem pessoas que vieram pra ficar e desejos que vieram pra ensinar.É como se tudo fosse planejado para que sua trilha fosse pegando o rumo.Como se cada partícula que se pôs intrínseca aos seus planos fossem, de fato, fadadas a estarem ali.
Queria eu que nada fosse embora, que ficassem e me animassem  por mair horas entediantes do meu solitário e desanimado dia.
Onde está o "para sempre" que não se faz jus?
O clichê me traiu e a dor do afastamento consuma-me lentamente.
Se forem embora, por favor, levem um sorriso meu.


R.