domingo, 3 de junho de 2012

Ando muito estranho, não paro mais nas esquinas e nem olho quando atravesso a rua.Não dou boa noite e um simples obrigado é expelido como vômito.As beatas da igreja projetavam uma imagem derrotada de fim de era.Os mendigos me olhavam como se eu fosse um deles.A lua tinha deixado de ser uma grande amiga para, agora, ser uma observadora, quieta e rancorosa.
As poças de chuva agora não só acumulavam minhas brilhantes gotas mas também todo o meu pigarro.
Tornei-me vítima.É doloroso.
Fizeram-me desacreditar em todas as ideologias e esperanças que outrora coloquei em suas cabeças.
Ando muito estranho, não paro mais em minha cama de madrugada, procuro caminhar pelas ruas desertas, no sereno e na companhia de minhas dores.
Eu cansei das pessoas...


R.

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