sexta-feira, 18 de maio de 2012

N'outro dia, peguei-me apreciando a chuva da madrugada, tão silenciosa e fria, tão momentânea e só.
No mesmo instante em que a gota pura de chuva solitária toca meus dedos, sinto meu corpo arrepiar.Ponho minhas mãos em concha e deixo que a água preencha aquele oco.Algumas gotas esvaem pois não as fechei corretamente, mas inúmeras delas ainda ficam em minha posse.
E, naquele momento, criei um vínculo com o líquido que se molda a mim, como se ele fosse feito pra estar ali.Sorri olhando para o fato.
Seria interessante se as pessoas se fizessem chuva, por mim, fadiga alguma iria fazer com que eu desatasse aquele elo com as mãos.Tornaria meu oco um lugar mágico de lágrimas do céu, mesmo em madrugadas frias, silenciosas e sós.
Eu amo a chuva.

R.

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