domingo, 27 de maio de 2012

Ébrio louvo o vento que invade minha morada.
Ciente calo o abismo que ruge afora.
Os becos que sussurram em minha caminhada
Fazem-se pranto, ópio e chora.

Quão seja tentador cada trilha descaminhada
Meu ser imprime-se brando e ardiloso
Esquivando-se da sombra mal tragada
Formando um movimento singelo e formoso

Ahh, vida!Que desdém manuseia minhas linhas
Outrora fantoche, outrora anárquico
Outrora aposse, outrora não me tinhas

Sentado, sinto o vento apático
Onde fulguroso vinhas
Cair nesse corpo tácito
De relvas e entranhas minhas

Maldito seja o cume da solidão
Mesmo em tumba e fétido expelia
À garganta teu ópio me corria
E cabisbaixo, fragmentos caem ao chão

Inda assim, a brisa em mim continua
Onde sigo ao encontro de ti e embora
Más línguas fazem-na comua
Em ti, a felicidade em mim, mora.


R.

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